Também no Facebook

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Quando trai

Quando trai... sem direito a nada!

"(...) aquele que trai deve deixar tudo para trás. Não é por compensação ou para amenizar o prejuízo amoroso, mas por vergonha mesmo. Precisa ter vergonha na cara para não exigir mais nada e apenas pedir perdão. (...) E aprendi o quanto custa uma traição. É matar a esperança do amor mais do que o amor, é perder tudo o que fez de valioso dentro da fidelidade, é trocar os dias sem segredos pelas noites de mistério." - Carpinejar


QUANDO TRAI
Homem ou a mulher, quando trai, quando sustenta um caso por meses ou anos, quando alimenta vida dupla, quando falseia descaradamente onde estava e o que fazia, perde moralmente qualquer posição para exigir meio a meio na separação.

É um sentimento, não o que está na lei.

Deveria sair de casa com a roupa do corpo e não levantar o queixo para resmungar ou ensaiar qualquer apelo.

É baixar a cabeça e sair de fininho, como numa canção sertaneja.

Perderá a sua metade da louça, a sua metade dos móveis, a sua metade da casa. Aquela metade que tinha direito não tem mais - a indecência mandou embora.

O que vier de volta será lucro. Mas não deve pedir nada, depende da generosidade de quem ficou. Na maior parte das vezes, aquele que é traído cria nojo e despacha um frete do que restou, já que não quer guardar nada que lembre o ex ou a ex.

Mas aquele que trai deve deixar tudo para trás. Não é por compensação ou para amenizar o prejuízo amoroso, mas por vergonha mesmo. Precisa ter vergonha na cara para não exigir mais nada e apenas pedir perdão.

Profanar o santuário a dois impactará no uso da verdade dali por diante. Uma mentira não mata somente uma verdade circunstancial, mata a retrospectiva das verdades de uma vida. Porque envolve amantes, porque estabelece a paranoia de uma disputa. O que foi enganado não tem noção daquilo falado fora da residência.

Quando errei, deixei apartamento, deixei biblioteca, deixei coleção de décadas de vinil, deixei gavetas de sapatos, deixei dezenas de ternos, deixei objetos de infância, deixei álbuns de fotos, deixei o que comprei com o meu dinheiro. E aprendi o quanto custa uma traição. É matar a esperança do amor mais do que o amor, é perder tudo o que fez de valioso dentro da fidelidade, é trocar os dias sem segredos pelas noites de mistério.

FABRÍCIO CARPINEJAR
Fonte: http://blogs.oglobo.globo.com/fabricio-carpinejar/post/quando-trai.html

domingo, 20 de novembro de 2016

Passou!!!!

Simplesmente APAIXONADA por esta música!!!!!
Passou, de Adoniran Barbosa! A dor já estancou!
Linda demais!


segunda-feira, 3 de outubro de 2016

sábado, 23 de julho de 2016

Doodle

Da série: Meu ex é o Google.
Sabe, ele até era engraçadinho, mas como o Doodle, só serviu para me tirar do foco.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

O tempo...


E de repente, eu resolvi assistir ao filme Querido John. O resultado? Litros e mais litros de lágrimas. 
O tempo e o que temos feito e deixado de fazer com ele me intrigaram. Quantas perguntas sem respostas que se perderam ou não no decorrer de dias, meses... anos. Quantas histórias sem ponto final, sem reticências... apenas frases inacabadas em páginas escritas pela metade... Páginas viradas... 



 Bobagens
( Rodrigo Suricato )


Tempo , mala , mundo dentro
Hoje quem me viu chorar haverá de ver cantar
Só levo então o que posso carregar
Tempo é espada mar adentro
Não sei acreditar no que não posso inventar
Esquecer é o medo de lembrar e eu sei o quanto sinto por bobagens
Ela diz não ver miragem e sonha! 
Já não deve ser assim "porto, cais, lenço e fim"
Hoje só quero ouvir bobagens sobre mim.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Google 1

Cada dia tenho mais certeza: o Google é o meu ex... 
Diariamente ele mente sobre a previsão do tempo e eu, todos os dias, o questiono "Como será o clima em Curitiba?"

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Viva os noivos!!!!

Ahhhhhh... @casamentobeatrizcarpinejar vai casar!!!!!
Fabrício Carpinejar nem faz ideia, mas esteve ao meu lado quando enfrentei a separação e a traição... também me fez rir outras tantas vezes.
Desejo ao casal felicidades e... viva os noivos!!!!
: )

quarta-feira, 8 de junho de 2016

O tempo da delicadeza

A paixão terminou, 
o amor é uma lembrança irresgatável, 
mas ainda há tanta presença e ternura...

Ivan Martins

 Abraços podem durar um tempo enorme. A gente se inclina na direção do outro, cheio de sentimentos conturbados, e ele nos segura com força, como se tentasse comunicar alguma coisa. É possível sentir um coração batendo contra o outro, perceber no peito a outra respiração. Tantas coisas estão contidas nesse gesto, tanta ternura, tanta dúvida. Amor. Quando o abraço se desfaz, fica um sorriso indeciso, uma expressão incompleta nos olhos, o movimento de um corpo que se afasta e parece dizer adeus.

Como todo mundo, tenho sentimentos ambivalentes sobre relacionamentos que acabam. São momentos tristes, terrivelmente tristes. Mas, ao fim e ao cabo, inevitáveis. A gente não pode passar a vida preso a coisas que já não respiram. Mesmo cheios de dúvidas e ainda repletos de carinho, em algum momento é preciso romper, andar, recomeçar. O abraço que não quer terminar é lindo, mas abre uma porta para lugar nenhum. É necessário sair dele para ser de novo uma pessoa inteira – e ter a chance, adiante, de estar inteiro em outro abraço.

Esses momentos de ruptura são essenciais em nossa vida. As separações, assim como os encontros, nos definem – inclusive por que costumam levar um tempo enorme. A gente passa um ano juntos, apaixonados, e podemos levar o dobro nos separando de verdade, fazendo a ruptura das almas. Separar dois corpos é fácil, mas como se faz para tirar o outro de dentro de si?

Com todos os problemas e dificuldades, gosto de pensar nesse período de sentimentos estendidos como o tempo da delicadeza. (Obrigado, Chico Buarque, por esta e tantas outras coisas.) A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há presença e ternura. Enormes. A raiva ficou para trás. A frustração gastou-se. O ciúme raspa as unhas nas paredes do porão, lá embaixo, mas a cada dia incomoda menos. Os sentimentos dolorosos – quase todos – deram lugar a uma sensação agridoce de cumplicidade. Ainda não é possível desejar que ela ou ele seja feliz em outra companhia, mas esse dia chegará, um dia.

Acredito – enfim – que é possível deixar de amar amando. O afastamento pode ser feito com ódio, mas fica uma ferida imensa, dura de cicatrizar. Podemos cortar as pontes repentinamente, com medo de um sofrimento duradouro, mas isso vai nos assombrar no futuro, na hora de amar de novo. Enfim, há diferentes maneiras de deixar de amar. Eu acho possível – e louvável – sair da intimidade do outro com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. Sair, mas ficar feliz em vê-lo, contente de ouvi-la, ainda ter vontade de contar a essa pessoa que nos conhece tão bem tudo que aconteceu na semana passada, mas escolhendo não contar – por pudor, e porque, afinal, já não cabe.

Sou capaz de antecipar o olhar de descrédito do leitor e da leitora. Não é assim que funciona, ele ou ela dirá. Se os sentimentos são bons, as pessoas não se separam. Mas isso não é verdade. As pessoas rompem cheias de bons sentimentos, transbordando deles, a ponto de não saber o que fazer com tudo aquilo. Exceto as exceções, exceto os traumas e barbaridades, a gente não deixa de querer de uma hora para outra. A paixão acaba, é certo. O amor, aquele de querer ficar colado para sempre, também acaba. Mas há sentimentos lindos que ainda ligam ex-casais. Tão lindos que entalam na garganta, que temos vontade de abraçar e não largar. Lembra?

 Pois então, respeitemos os nossos sentimentos delicados. As relações terminam, mas isso não é o fim dos afetos. Não há que ter vergonha de gostar da ex que você mesmo deixou, não há problema em pensar com carinho (e sem raiva) naquele desgraçado que não quis continuar. Dentro de nós há tanta coisa ruim que não deveríamos resistir quando se manifesta uma doçura. Melhor abraçá-la bem forte, acolhê-la como um amor que estivesse de volta. Apenas para uma visita, mas, ainda assim, bem-vindo.

domingo, 29 de maio de 2016

Vínculos

"Só é razoável nutrir vínculos com pessoas e realidades que nos motivem a buscar o melhor de nós." - Pe. Fábio de Melo

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Amor cotidiano

De segunda a sexta-feira. Sete horas e cinquenta minutos. Fiesta azul estaciona em frente ao ponto da linha Cristo Rei.
Ele dirige. Ela no banco do carona.
Ela desata o cinto. Ele abaixa o vidro.
Beijam-se. Beijo longo. Apaixonado. Seguem-se selinhos.
Ela desembarca. Ele sorri.
Ela contorna o carro. Abaixa-se à altura da janela do carro. Beijam-se novamente.
Ela arruma a bolsa. Ele sorri.
Ela atravessa a rua. Séria.
Ele fecha a janela. Liga o carro. Continua sorrindo.
Todo dia. Tudo sempre igual!

Sorrisos, beijos e despedidas pontuais.


sábado, 27 de fevereiro de 2016

Amor Tecido

amor de mãe
a mordomia
amor de criança
a mordida
amor de criatura
a mordaça
amor de extenuado
a morbidez
amor de fruta
amoreira
amor de máquina
amortecedor

amor de freguês
a mortadela
amor de dívida
a moratória
amor de verão
a moringa
amor de estruturalista
a morfologia

amor de bóia-fria
amornado
amor de mulata
amorenado

amor de sedativo
a morfina
amor de suíno
a morcela
amor de humorista
a mordacidade
amor de violácea
amor-perfeito

Solda - Kamikaze do Espanto, 2001

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Visita involuntária

Acredite em mim. Se eu pudesse escolher, jamais teria voltado a Toledo. Entretanto, uma escala de trabalho e uma caravana de empresários me fizeram voltar à cidade onde ocorreu grande parte do meu antigo e já falecido relacionamento.
Ali vivi um grande amor e acompanhar aquelas pessoas pelas ruas de Toledo, visitar lugares que me foram próprios, me fizeram revisitar meu passado. Confesso ter sido uma experiencia perturbadora.
Enquanto cruzava a Barão do Rio Branco me vi chegando inúmeras vezes àquela rodoviária com a mala e o coração repletos. Seguindo rumo à Nossa Senhora do Rocio um aperto tão grande tomou conta do meu peito, pânico generalizado e as lágrimas foram minhas companheiras de lembranças.
 Apesar do temporário desequilíbrio, sobrevivi, voltei, inteira, completa.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Nem se lembra mais...


Hoje eu ouço as canções que você fez pra mim
Não sei porque razão tudo mudou assim
Ficaram as canções e você não ficou.

Esqueceu de tanta coisa que um dia me falou
Tanta coisa que somente entre nós dois ficou
Eu acho que você já nem se lembra mais.

É tão difícil olhar o mundo e ver o que ainda existe
Pois sem você meu mundo é diferente
Minha alegria é triste.

Quantas vezes você disse que me amava tanto
Tantas vezes eu enxuguei o seu pranto
E agora eu choro só sem ter você aqui

Esqueceu de tanta coisa que um dia me falou
Tanta coisa que somente entre nós dois ficou
Eu acho que você já nem se lembra mais

É tão difícil olhar o mundo e ver
O que ainda existe
Pois sem você meu mundo é diferente

Minha alegria é triste
Quantas vezes você disse que me amava tanto
Tantas vezes eu enxuguei o seu pranto
E agora eu choro só sem ter você aqui.

Roberto Carlos e Erasmo Carlos

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Não há como apagar um amor completamente

Texto: Fabrício Carpinejar

Até o incêndio mais grave não apaga tudo. Sobrará um recorte, as pontas de um papel, um resto de foto, que reconstitui a emoção primeira, a emoção fundamental da estréia de uma relação.


Não existe devastação perfeita, separação definitiva. Haverá algum escombro que representará o que foi construído um dia. Não perca tempo procurando, não perca tempo escondendo, virá à tona com o vento ou com as mãos desatentas na mudança de um guarda-roupa.


Não tem como apagar uma pessoa de sua vida - pretensão de quem pensa que manda no destino, soberba de quem jura que controla os fatos. Por mais que as chamas tenham gula, por mais que o fogo aproveite a fragilidade inflamável das palavras de madeira.

Chega um momento em que a recordação segue sozinha, involuntária e indomável,  sem o apoio da leitura, apenas deduzindo e completando as linhas queimadas.


Ninguém morre totalmente. Ninguém desaparece de um romance sem deixar marcas.

Sobreviverá uma relíquia em meio às cinzas que acordará as batidas do coração carbonizado.
Não duvide da astúcia do amor, ele recupera a identidade e o DNA do afeto com um simples fio de cabelo. Não precisa de muito. Depende de pouquíssimo: um bilhetinho, uma assinatura, o canhoto de uma passagem, um e-mail na lixeira.


O fim de uma relação queima o que está próximo dos olhos, não queima o invisível nos hábitos, o invisível dentro de nossos objetos prediletos, o invisível escondido em nossas canções favoritas.


Vestígios sempre ficam. Sempre emergem da vontade visceral de esquecer o passado.
Você pode ganhar a luta com o desejo, mas jamais vencerá a luta com a memória.
A memória era do casal, nunca exclusividade de um dos dois.