Também no Facebook

terça-feira, 13 de outubro de 2015

O sósia do amor

O orgulho se veste de amor, finge que é amor, é o clone do amor, é o sósia do amor.

Você pensa que ama, mas não, é apenas orgulho ferido. É alguém que disse “não” para você e pode passar décadas correndo atrás.

Só para provar que você presta e a outra pessoa se enganou.

O orgulho faz com que insista num relacionamento que nasceu morto.

Por orgulho, desperdiçamos uma vida. Por amor, multiplicamos a nossa vida.

Quando é orgulho, vivemos a vida do outro. Quando é amor, jamais deixamos de ser.

Amor não precisa de provas, demonstrações, jogos, disputas, vingança, isso é coisa do orgulho.

No orgulho, nunca está satisfeito. No amor, você transborda.

O orgulho é um capricho, o amor é destino.

O orgulho é ego, o amor é generosidade.

O orgulho é mágoa, o amor é perdão.

O orgulho é ressentimento, o amor é esperança.

O orgulho é se prender ao passado, o amor é liberdade de escolha.

O orgulho é impor seu projeto romântico a todo custo, o amor é criar um projeto a dois.

O orgulho é um amor fake, é um amor fabricado, é um amor falso, é um amor de segunda mão.

Fabrício Carpinejar


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

De qualquer jeito

Estranhei que a minha mulher estava rindo das minhas piadas. Ela tem um humor diferente do meu.

Estranhei que eu e a minha mulher não discutíamos por qualquer coisa, por qualquer palavra, era uma paz sem tamanho.

Estranhei que um ouvia o outro sem interromper com novas cobranças.

Estranhei que ela aceitava minha irreverência, meus escândalos, meus dramas, minha ansiedade, minha mania de falar as novidades a cada quinze minutos.

Estranhei muito, tive que perguntar:
- O que aconteceu que o meu temperamento não vem mais lhe irritando?

Então, ela me deu a maior declaração de amor que já recebi na vida:
- Antes eu lhe queria do meu jeito, agora eu lhe quero de qualquer jeito.


Fabrício Carpinejar

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Palavras cruzadas




"Casal quando se ama
 vive fazendo 
palavras cruzadas 
em qualquer conversa."

Fabrício Carpinejar

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Tem gente que ama amar, mas odeia ser amado

Ame por dois, mas nunca pelos dois.

De repente o outro não é frio ou indiferente, é você que não para de inventar presente e ele não tem nem tempo para responder.

O exagero estraga a espontaneidade.

Dê chance para sua companhia demonstrar amor: não ocupe todo o espaço do relacionamento para agradar.

Fique uns dias sem juras, sem mimos, sem flores, sem bilhetes.

Deixe o outro responder antes de fazer uma nova surpresa.

Quando o carinho é demais e toda hora, há o risco do presenteado se sentir endividado, péssimo, menos, sufocado, sem poder retribuir as delicadezas.

A receita é não querer ser melhor do que o outro, mas ser melhor para o outro.



Fabrício Carpinejar

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A importância de uma carta

Há gente que nunca recebeu uma carta - acho uma pena. É lindo. É um suspense. Carta está lacrada, precisa abrir sem rasgar o conteúdo, traz aquela sensação do destinatário ser especial, exclusivo de alguém. Como não tem assunto como o e-mail, reforça a curiosidade e a nossa importância de fazer segredo.

Além disso, a carta é quando dedicamos o nosso tempo a alguém. Não há maior declaração de amor do que perder tempo para uma pessoa. É escrever várias vezes até não errar mais, jogar rascunhos fora, definir a melhor frase, caprichar na letra, comprar envelope, ir no correio, selar a correspondência, procurar o CEP.

Tenho pena de quem nunca mandou uma carta. Não viveu aquela ansiedade feliz de esperar para descobrir se a pessoa gostou daquilo que foi escrito. Este intervalo é fundamental para imaginar o outro, sonhar com o outro, amar o outro.

Fabrício Carpinejar

sábado, 12 de setembro de 2015

Bilhetes pelo caminho

"Sra. Silvia. Eu me chamo Marilu." Assim começava um carinhoso bilhete que eu encontrei de baixo da porta do meu apartamento quando cheguei do trabalho. Fazia dois dias que eu morava no prédio e o papel era de apresentação da minha vizinha do apartamento 24. Era lá que o carteiro deixava as minhas correspondências. Havíamos combinado que se houvesse alguma coisa para mim, ela dava um toque no meu celular e desligava. Se precisasse falar comigo, ligaria duas vezes. Conversávamos à porta, às vezes por horas. Trocávamos gentilezas de vizinhas. Quando fazia bolo, levava para ela e quando completei um ano morando no prédio ela me presenteou com um par de meias que confeccionou para mim. Deixava bilhetinhos debaixo da minha porta com frequência e demonstrava preocupação comigo. Acredite, isso é muito raro vivenciar em uma capital.
Hoje, ao chegar do trabalho, um triste bilhete à porta do prédio avisava que a moradora do apartamento 24 havia partido... Aos seus, o meu carinho!‪#‎luto‬



sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Vamos voar?

Que eu e você possamos olhar as coisas simples da vida, nos encantamos com elas! Acredito que este é o segredo da felicidade!


sexta-feira, 3 de julho de 2015

Realmente amar...



"(...) O que prova que o homem realmente amou não é a fossa, mas a esperança. É a sua vontade sempre aguda de voltar e tentar novamente. O sofrimento só sinaliza o nosso egoísmo. O luto só revela nossa ingratidão. O desespero só anuncia nosso orgulho ferido. O que prova que o homem realmente amou é sua força de vontade para reaver a conquista."

Carpinejar


domingo, 28 de junho de 2015

Para espiar o futuro






"Você me abraçou levantando os dois pés para espiar o futuro, onda ainda estaríamos abraçados."

Carpinejar


sexta-feira, 5 de junho de 2015

Como as traições têm influenciado o rumo da história

A história está cheia de casos de pessoas muito confiáveis que se revelaram capazes de delatar e prejudicar os melhores amigos e a pátria. Conheça a sórdida - e ambígua - saga da traição 

 Álvaro Oppermann

Um dos episódios mais bem guardados da Revolução Cubana tinha no bojo uma traição em família. E só veio à tona em outubro, quando Juanita Castro lançou o livro de memórias Fidel y Raúl, mis Hermanos. La Historia Secreta, co-escrito com a jornalista María Antonieta Collins. Quinta dos sete filhos de Ángel Castro e Lina Ruz González, Juanita traiu seus irmãos trabalhando para a CIA entre 1961 e 1964, em plena Havana. "Foi uma relação estreita com o arqui-inimigo dos Castro", diz a jornalista sobre a informante de 76 anos, que vive no exílio há 45, primeiro no México e depois nos Estados Unidos. Nesse período, ela nunca falou com os irmãos.

A traição está entre os capítulos mais sombrios - e saborosos - da História ocidental. A própria Bíblia cita vários casos, nenhum tão peculiar quanto aquele em família. Primogênito de Adão e Eva, Caim ficou enciumado da predileção de Deus por seu irmão caçula. Levou Abel para um campo deserto, onde o matou. À traição, subentende-se. "Agora és maldito e expulso do solo fértil que abriu a boca para receber de tua mão o sangue de teu irmão", ordenou Javé ao assassino. "Na cultura do Ocidente não existe delito mais grave que o de defraudar a confiança adquirida", afirma José Manuel Lechado, em Traidores que Cambiaron La Historia ("Traidores que mudaram a História", inédito no Brasil). 

Mas, sob perspectivas distintas, certos personagens desleais podem até ser heróis. "Na visão dos ingleses, George Washington (protagonista da independência americana) foi um grande traidor", diz Lechado. Seja bem-vindo à narrativa dos atos sorrateiros. E cuidado com quem está às suas costas. Já diz o ditado: "Deus me livre dos amigos, porque os inimigos eu sei quem são".

A palavra "traição", muito além da infidelidade conjugal, mudou de sentido ao longo do tempo. "Hoje ela é acima de tudo um crime contra o Estado. Mas nem sempre foi esse o caso", afirma Alan Orr em Treason and the State ("A traição e o Estado", sem edição em português). Na Antiguidade, trair era agir contra os deuses. Foi o pecado que cometeu, na visão de seus súditos, o faraó Akenaton. No século 14 a.C., ele aboliu a antiga religião egípcia e seu panteão para determinar a adoração monoteísta a Aton e proclamar-se único representante dele. Na Batalha das Termópilas (480 a.C.), entre espartanos e persas, o grego Efialto entregou aos inimigos o segredo de uma estreita passagem entre as montanhas, até a retaguarda grega. Por sua perfídia, vista como uma ofensa direta ao deus da guerra, Ares, Efialto foi amaldiçoado.

Trair começou a ganhar status laico e jurídico na Roma antiga. Segundo o historiador do direito Simon Hirsch, os romanos inventaram o conceito de crimen maiestatis (lesa-majestade) para atos contra a soberania de Estado, o que incluía excentricidades como destruir a estátua do imperador.

Na Europa, durante a Idade Média, o conceito passou a se referir ao atentado contra a vida do senhor feudal, do rei ou do papa. Mas e se um rei se insurgisse contra o papa? Isso seria traição? E o barão que se rebelasse contra o monarca? No século 13, a opinião dominante entre os juristas era a de que, em ambos os casos, a quebra de hierarquia configurava o delito. No imaginário do aldeão médio, contudo, não havia pior infame que Judas Iscariotes. Com um beijo, entregou Jesus por 30 moedas de ouro. O cristianismo transformou a traição em pecado gravíssimo. Mas o ato do apóstolo demorou a se disseminar. "Até a década de 60 do século I, diferentes memórias parecem sugerir, no seu todo, que os cristãos desconheciam o tema da traição de Jesus", diz André Chevitarese, professor de história da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A malhação de Judas só começou por volta do século 4.

Óleo fervente e veneno

Foi na Inglaterra de Henrique VIII que a traição ganhou sua acepção moderna, de crime contra o Estado. O tema é especialmente caro aos ingleses, que usam três palavras para designá-lo: treason, de uso jurídico, e treachery e betrayal, de uso comum. Segundo Orr, o conceito legal moderno nasceu das formulações dos juristas das eras Tudor (século 16) e Stuart (século 17). Ainda não havia separação clara entre Estado e monarca, mas a nova concepção já era diferente da medieval. O crime contra o Estado (que incluía o rei e altos cargos eclesiásticos) era chamado de Alta Traição (High Treason). Em 1530, um cozinheiro condenado por tentar envenenar o bispo de Rochester foi jogado num panelão de óleo fervente. Os reis utilizavam a mesma regra para neutralizar inimigos. Ela ensejou várias condenações irregulares, como a de Ana Bolena, segunda esposa de Henrique VIII, em 1536. Também havia uma "traição menor" (Petty Treason), que contemplava, entre outros delitos, o de mulheres que matavam maridos. Essa lei só foi abolida em 1828.

O método mais usado para se livrar de pessoas indesejadas era o veneno. Só em Paris havia cerca de 30 mil "especialistas" que ofereciam seus serviços por encomenda. Envenenado, sir Thomas Overbury foi vítima do mais mirabolante caso de Alta Traição, em 1613, contra o rei James I da Casa de Stuart. Tudo não passou de uma tramoia de Lady Frances Howard. Desejando casar-se com o conde de Rochester, Robert Carr, sofreu a enfática oposição de Overbury, amigo íntimo do assediado. Ela persuadiu o rei a dar um cargo para o desafeto bem longe dali - na Rússia. Desesperado, Thomas recusou a "promoção". A dama, então, convenceu James I de que a negativa do nobre fora motivada por uma conspiração. Notório paranoico, o rei mandou trancar Overbury na Torre de Londres. Ele apareceu morto em 15 de setembro de 1613. E Frances, enfim, casou-se com o conde.


No Brasil, um dos episódios mais conhecidos de traição é o de Domingos Fernandes Calabar. Contrabandista e senhor de engenho em Pernambuco, em 1632 decidiu juntar-se aos holandeses da Companhia das Índias Ocidentais, que pilhavam o Nordeste desde a década anterior. Os préstimos de Calabar foram vitais para que a Holanda estendesse seus domínios de Pernambuco até o Rio Grande do Norte. Capturado pelos portugueses em 1635, ele foi estrangulado e esquartejado. Já José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, construiu sua infâmia durante a Ditadura. De líder da Associação dos Marinheiros, passou a guerrilheiro da Vanguarda Popular Revolucionária e então a delator. Preso em 1970, foi convencido pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury a entregar os companheiros. Em janeiro de 1973, o cabo serviu de isca para o extermínio de seis dos principais militantes da VPR, num sítio em Pernambuco. Entre as vítimas estava Soledad Barret Viedma, companheira dele, grávida de sete meses. Depois disso, teve de sumir. Fez uma cirurgia plástica e mudou de identidade, bancado pelo regime.

A história mostra que às traições não faltam ambiguidades. Para Juanita Castro, os verdadeiros pérfidos foram seus irmãos. Devotada revolucionária, responsável pela construção de clínicas e hospitais em Cuba, ficou desapontada com Fidel e Raúl, quando tiveram início as prisões, fuzilamentos e confisco de propriedades. Nessa época, ela tinha laços estreitos com o então embaixador da representação do Brasil em Havana, Vasco Leitão da Cunha, e sua mulher, Virgínia. O casal ofereceu asilo a muitos rebeldes durante a ditadura de Fulgencio Batista. Inclusive a Juanita, em 1958. Três anos depois, Virgínia procurou a irmã de Fidel - já desencantada com a revolução - para que ela se reunisse "com amigos". Tais amigos eram da CIA. Juanita aceitou repassar informações, desde que nada fosse usado nas tentativas de assassinato a El Comandante. Em 1964, depois da morte da mãe, Raúl conseguiu-lhe um visto para ir ao México. Lá, Juanita rompeu formalmente com os irmãos.
"A traição é um conceito extraordinariamente ambíguo, que foi utilizado - e ainda o é - para combater inimigos políticos e também para justificar fracassos", diz Lechado. Isso vale para o Brasil, como ilustra o caso de Calabar. Em 1975, um tribunal simulado, em João Pessoa, julgou que o ex-senhor de engenho agiu em favor dos conterrâneos e o absolveu. De traidor passou a mártir.
Galeria da infâmia
Uma pequena seleção do clube que insiste em crescer



Conde Ugolino della GherardescaMembro do partido Gibelino, aliado ao imperador, ele comandava Pisa no início do século 13. O partido rival, o Guelfo, dominava Gênova e Florença. Acusado pelo arcebispo Ubaldini, um desafeto, de aderir ao guelfos, Ugolino foi destituído.Ambos aparecem como traidores na Divina Comédia.

Mary Stuart
Pretendente católica ao trono inglês, Mary - chamada carinhosamente de "rainha dos escoceses" (terra dos Stuart) - foi encarcerada por ordem da rainha Elizabeth I, que temia uma trama dos católicos contra ela, anglicana. Após 19 anos na prisão, Mary Stuart foi executada por Alta Traição em 1587.

Joaquim Silvério dos Reis
Em 1789, entregou os inconfidentes mineiros para ter suas dívidas com a coroa portuguesa perdoadas. Seu amigo Tiradentes acabou enforcado e esquartejado. Depois, Silvério ganhou uma pensão vitalícia de Portugal e foi até recebido por dom João.

Charles Maurice de Talleyrand-Périgord
Ministro das Relações Exteriores de Napoleão, dizia que "traição era uma questão de datas". Virou agente da Rússia e entregou segredos do império francês aos austríacos. Em 1815, organizou a deposição de Napoleão e a volta da monarquia.

Jin Bihui
Conhecida como "Mata Hari do Oriente", a manchu foi espiã para o Japão na corte do último imperador da China, Pu Yi. Bela e inteligente, era amante do principal assessor militar do imperador. Gostava de usar roupas masculinas. Segundo uma versão, sofreu abuso sexual na infância. Foi executada como traidora pelo governo nacionalista chinês em 1948.

Heinrich Himmler
O chefe da SS abandonou Hitler e negociou uma rendição da Alemanha com os EUA e a Grã-Bretanha quando viu que o nazismo estava com os dias contados. Hitler, ao descobrir a traição, ficou furioso. Himmler terminou preso pelo exército inglês em maio de 1945. Depois, suicidou-se.

Augusto Pinochet
O general Augusto José Ramón Pinochet Ugarte (1915-2006) foi Chefe do Exército do Chile no fim do governo socialista de Salvador Allende. Quando Pinochet orquestrou o golpe de 11 de setembro de 1973, Allende foi pego de surpresa: considerava-o um bom amigo. Allende suicidou-se e o general instaurou um sangrento regime militar que duraria até 1990.

Tommaso Buscetta
Foi importante membro da Cosa Nostra e ficou rico traficando drogas no Brasil. Preso em 1984 e deportado para a Itália, fez um acordo com a Justiça local, entregando o esquema da Máfia. Foi o primeiro a quebrar o código de silêncio da organização. Faleceu em 2000 em Nova York, livre, mas muitos de seus parentes foram mortos por causa da traição.

terça-feira, 19 de maio de 2015

De onde nasce o perdão

Um sábio comerciante estava em sua lojinha quando um ladrão entrou e levou todo o dinheiro que ele tinha recebido naquele dia. Quando o bandido saiu da loja, o comerciante correu, gritando: “eu te perdoo!”. As pessoas que estavam na rua e assistiram à cena se espantaram com a urgência do sujeito em fazer aquilo. Sábio que era, o negociante disse: “não quero ficar com essa mágoa para o resto da minha vida”. Apesar de carregada de todo exagero das parábolas, a historinha mostra que o perdão é algo que fazemos mais por nós mesmos do que pelos outros. O entendimento que se tem desse sentimento é, muitas vezes, encapado pelos conceitos da religião. O Antigo Testamento valoriza o perdão divino – só ele liberta. O Novo Testamento passa a dar importância ao perdão humano e o Alcorão junta as duas formas. Mas o ato tem mais a ver com a condição de humano do que com a religião que se abraça. Mais a ver com a necessidade de não carregar mágoas pesadas demais do que a de desculpar os outros ou nós mesmos. A etimologia da palavra é perdonare que, no latim tardio, tem o significado de doar. “No fundo, ao fazer isso você doa seu direito de estar ressentido com quem fez a agressão”, explica a psicoterapeuta especializada em relacionamentos familiares Lana Harari. Ou seja, abre mão de sentir-se vítima de algum ato ruim. Isso não significa minimizar a tal agressão, mas ser capaz de despir-se da camiseta de coitadinho. Talvez esse desapego intrínseco da atitude seja um dos motivos que a torna tão complicada de tomar. Afinal, existe um pouco de abnegado em quem perdoa já que o papel de ofendido cai bem na maior parte das situações. Ao mesmo tempo que atrai uma certa simpatia, deixa a pessoa livre do erro. Quem agiu de maneira equivocada foi o ofensor, eu sou apenas a vítima. Quer papel mais confortável que esse? Para perdoar é preciso olhar para dentro e correr o risco de, até, perceber que você, o ofendido, talvez também tenha alguma responsabilidade naquele ato. Para os budistas, qualquer coisa que aconteça na nossa vida é resultado de uma semente plantada em algum momento. Por isso, uma ofensa de um amigo acontece para equilibrar alguma ação passada, uma semente de má qualidade. Assim o amigo foi apenas um agente. “Se a pessoa reage mal à agressão, à decepção, com mais mágoa, acaba por plantar outra semente ruim”, explica a monja Kelsang Mudita, do Centro de Meditação Kadampa Brasil. Se, por outro lado, reage bem, ela consegue quebrar o ciclo. Cria-se uma esfera de paz e de aceitação que atinge todos que estão por perto.

Muitas vezes o ato de perdoar faz par perfeito com o de pedir perdão. O ho’oponopono é uma antiga prática havaiana de reconciliação, praticada em família ou em grupo de pessoas, com o objetivo de restaurar e manter as boas relações. A reunião geralmente é conduzida pelo membro mais experiente do núcleo. O problema é discutido, há espaço para o silêncio, para compreender o que realmente aconteceu. Mas o centro da prática consiste em repetir, como se fosse um mantra, as frases: “Eu sinto muito”, “Por favor, me perdoe”, “Eu te amo”, “Muito obrigado, sou grato”.

Desculpe qualquer coisa
A Igreja Católica, há pouco mais de 14 anos, preparou um documento chamado “Mensagem ao Povo Brasileiro” por meio do qual pedia perdão pelos atos cometidos pela entidade, no passado, contra negros e indígenas. Ela não pedia desculpas, mas perdão, o que é bem diferente. Ele não exime a culpa. A mãe que faz isso em relação a pessoa que atropelou e matou seu filho não está retirando das costas do motorista a responsabilidade pelo ato. Isso também não implica, necessariamente, em retomar uma relação – caso houvesse – da mesma forma que ela era antes. Você perdoa, mas não faz questão de continuar próximo daquela pessoa, o que reafirma que é um processo interno. Mas significa, sim, libertar o outro do seu rancor. De nada adianta fingir que perdoa o marido ou a esposa traidores mas continuar usando o suposto erro para jogar na cara toda vez que aparecer a menor briguinha. A ação não é completa se você mantém a relação de dominador e de dominado. Quem perdoa não esquece. Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, ao deixar o cargo, em junho de 1999, disse: “Os sul-africanos devem recordar o passado terrível para que possamos lidar com ele, perdoando, pois o perdão é necessário, mas sem nunca esquecer”. Se você apaga alguma coisa da sua história não pode lidar com ela e, portanto, também não dá para perdoar. Além disso, deixa uma brecha para que aquilo volte a acontecer. “Perdoar é, ainda que mantendo o fato na memória, ser capaz de não sofrer, olhar para o que ocorreu com bastante objetividade e perceber que as coisas são como são”, diz a filósofa e palestrante Dulce Magalhães.

Querer não é poder
Sabe quando você deseja tanto uma coisa que acaba, finalmente, por consegui-la? Pois é, com o perdão não é assim. Infelizmente, aqui, querer não é poder. Se você quer sair do inferno e ir para o céu nesse jogo de amarelinha, claro que a primeira casinha é, sim, a vontade. “O processo exige um investimento interno”, explica a psicoterapeuta e neurocientista Ana Paula Cuocolo Machia. Mas faltam as outras nove casinhas. Numa delas está a importância que se dá ao relacionamento rompido e que pode ser reatado com o ato. “Mas implica também em uma revisão de valores e, principalmente, do posicionamento diante dos fatos. A pessoa tem de, aos poucos, ir abandonando o papel de ofendido para conseguir um necessário afastamento emocional”, diz Ana Paula. É mais ou menos como um insight, que acontece quando estamos preparados. “É preciso descobrir o tempo certo de perdoar. Tudo é mutável, nunca pisamos duas vezes no mesmo rio. A consciência também pode avançar para outras percepções e vemos as coisas de outro modo. Então, fica mais fácil concedê-lo”, diz a filósofa Dulce Magalhães. Existe também a opção por não perdoar. Por que não?

Uma pesquisa realizada na Itália avaliou o que acontecia dentro do cérebro de voluntários – por meio de ressonância magnética – que seguiam um roteiro através do qual eram orientados a pensar em uma ofensa recebida e, depois, a perdoá-la. Homens e mulheres só conseguiam fazer isso nas situações em que se colocavam no lugar do agressor e compreendiam os motivos pelos quais ele havia feito aquilo. É um indício de que essa ação não depende simplesmente de fatos, mas sim do julgamento que fazemos das intenções de quem nos ofendeu e feriu. No entanto, alguns atos são tão marcantes, magoam tão profundamente, que não é possível passar por cima deles. “Mas se você opta por não oferecer o perdão, não deve ficar ruminando. Melhor romper de vez, cortar a relação e virar a página”, avalia a psicoterapeuta Lana Harari. Guardar o rancor dentro de si pode trazer consequências bem ruins. “A pessoa alimenta a raiva, o sofrimento vivido todo santo dia. E acaba criando uma autoimagem de fraca, de vítima da situação. E as consequências disso podem ser físicas, com insônia, ansiedade, desânimo”, diz Lana Harari.

Mais autocompaixão Gilberto Gil diz na música Drão: “não há o que perdoar, por isso mesmo é que há de haver mais compaixão”. Se somos capazes de relevar os outros, por que não fazemos isso conosco? Muitas vezes nos falta a capacidade de autocompaixão, de sermos tão legais com a pessoa que habita nosso corpo quanto somos com os amigos ou até com estranhos. “É preciso entender que em determinado momento fizemos o que era possível naquela situação. Não podemos julgar se era errado ou não com os olhos de hoje”, diz a monja Kelsang Mudita. Para isso é preciso ter humildade e entender que você não tem sempre o controle das emoções. “Se hoje posso me arrepender de algo e consigo pensar que faria diferente, isso significa que evoluí e me tornei alguém melhor. Sem o episódio que gera desconforto, talvez eu não tivesse me transformado”, raciocina Dulce Magalhães. Aqui, o perdão também não é uma decisão a ser tomada. “É preciso aprender a dar um significado ao que aconteceu, tirar a culpa de si mesma. Isso pode levar anos, ou nunca acontecer. Nesse caso, a pessoa reprime a emoção, que vai para a sombra”, diz Lana Harari. É bem mais difícil nessa situação virar a página como quando se nega o perdão ao outro. A culpa contida se manifesta de várias formas, como depressão, cólera. Ou você pega um desvio que a leva a culpar os outros por tudo o que acontece, como se isso compensasse a culpa que sente dentro de si. Por isso, mais bondade consigo mesmo, mais compaixão com o mundo. Nada em nossa história poderia ser descartado para nos tornarmos quem somos, sejam os erros, sejam os acertos. “Assim, aprender a perdoar a si próprio é, antes de tudo, dar-se conta de uma lição aprendida e olhar para a experiência como algo importante para nos tornarmos melhores”, diz Dulce Magalhães. No mínimo, você se torna mais iluminado, como o sábio comerciante do início desse texto.

Texto: Ivonete Lucirio
Fonte: Revista Vida Simples

sábado, 9 de maio de 2015

Para que serve uma relação?

Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.

Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.

Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo.

Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.

Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem corpo um do outro quando o cobertor cair.

Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro ao médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.

 Drauzio Varella

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Passado





"Todos nós carregamos sofrimentos e medos do passado que nos reaparecem como fantasmas e nos paralisam. Descobrir que são do passado ajuda muito."

domingo, 29 de março de 2015

A Liturgia do Tempo





"Só nos ama, só vai permanecer ao nosso lado até o fim, aquele que depois da nossa utilidade, descobrir o nosso significado. (...) Fique esperto! Se você quiser saber se o outro te ama de verdade, é só identificar se ele seria capaz de tolerar a sua inutilidade. Quer saber se você ama alguém? Pergunte-se a si mesmo: quem nesta vida já pode ser tornar inútil pra você, sem que você sinta o desejo de jogá-lo fora? É assim que nós descobrimos o significado do amor. Só o amor nos dá condições de cuidar do outro até o fim." - Pe. Fábio de Mello


quinta-feira, 26 de março de 2015

O Mentiroso

Já convivi com uma mentirosa. Lembro que foi a pior experiência de todos os meus romances, a mais ingrata e a mais assustadora. Porque só sei do meu amor, não sei o amor que recebi. Não há nem despedida, a mulher se desintegra.

O falso e o verdadeiro se misturam e não mais definimos o que aconteceu.

A mentira corrompe, inclusive, o que foi honesto. Não sobra lembrança intacta.

Prepotência e megalomania disfarçam recalques e insegurança.

Arte de Victor Bregeda
Mas não sinta pena do mentiroso. Ele não tem emoção. Ele trai um pouco por dia até não sentir mais nada. A mentira desenvolve a dissimulação, a frieza e o oportunismo.

São cyborgs da paixão, robocops da ternura.

Quem mente durante muito tempo anula a censura, não sofre com culpa e remorso, como acontece com as pessoas saudáveis.

A mentira é natural quando logo desfeita. Mas a que perdura esconde outras mentiras. Uma mentira nunca está sozinha. Aquele que mente na relação mente para a família mente para o trabalho mente para os amigos. Será uma mentira generalizada, sob o risco de surgir versões conflituosas.

E não acredite no arrependimento sem tratamento. A mentira é um distúrbio psicológico sério. O mentiroso também mentirá o perdão e a conversão súbita.

Não há como permanecer junto. É um duplo desgaste: conversar é conferir e desconfiar.

No relacionamento, a verdade é a base da convivência. Para ouvir e dar conselhos, para cuidar e ser cuidado, para acolher e ser acolhido.

Sem lealdade, não há casamento que fique de pé, não há amizade que fique sentada, não há sedução que fique deitada.

Casar com um mentiroso é viver duas vidas. Uma vida em que você acredita enquanto está junto. E uma vida totalmente desmentida pelos outros no momento em que você se separa.

O mentiroso tem regras. Apresento algumas delas, rezando para que não encontre nenhum desses replicantes em seu cotidiano:

- O mentiroso narra sua vida em ordem cronológica, para se convencer e não se perder no caminho. Guarda datas e horários de acontecimentos. Transmite a ideia de que sabe o passado de cor e possui o dom da memória.

- O mentiroso mente olhando nos olhos. Mas repare: sua boca é dura para falar. Não contrai os lábios ou ri daquilo que viveu.

- O mentiroso, quando pego em flagrante, dá um desconto em sua mentira. Ou seja, não desmente tudo, desmente parte. Para soar fidedigno o arrependimento.

- O mentiroso apenas conta a verdade em parcelas, de acordo com evidências fortes.

- O mentiroso é temperamental no momento das brigas, não sustenta a discussão. Ofende, desliga na cara, xinga, sai correndo, bate a porta. A passionalidade é uma proteção.

- O mentiroso tentará lhe convencer que você que é um mentiroso. Para se igualar. Desde o início da história de vocês.

- O mentiroso joga a culpa em sua companhia. Qualquer dúvida é loucura de sua parte, ciúme, obsessão, com objetivo de interromper a investigação. Terminará o relacionamento várias vezes quando se aproximar das incoerências.

- O mentiroso odeia ser interrompido, não é um bate-papo normal, esconde-se na educação. Primeiro fala e depois escuta. Todo mentiroso é educado demais.

- O mentiroso odeia excesso de perguntas, fica nervoso. Parece que deseja preservar sua privacidade, mas apenas não tem como se expor.

- O mentiroso tem surtos de euforia, não apresenta uma alegria constante, um humor estável. Ele está mais entusiasmado quando acabou de mentir.

- O mentiroso teme todos que mencionam seu nome. Cria intrigas para dispersar o círculo de confiança de sua companhia.

- O mentiroso descreverá histórias tristes de sua infância, destacará alguém próximo que mentiu e o quanto sofreu com as distorções.

- O mentiroso não tem amigos de vida inteira. São amigos episódicos, de fases, do trabalho e de festas, que somem e desaparecem.

- O mentiroso jamais emprega a autocrítica. Suas piadas se referem aos demais.

- O mentiroso dificilmente permanece por mais de um ano num emprego.

- O mentiroso esquece suas atitudes e condena as consequências. Como se as reações negativas fossem desvinculadas de um mal anterior, criado exatamente por ele.

- O mentiroso é moralista, defende a lealdade e a integridade, e costuma dizer que nunca mente. Ele ataca para não ser descoberto. É capaz de fazer um escândalo diante de uma mentira, como se fosse a maior aberração.

- O mentiroso não gosta que você crie laços próprios e independentes com a família dele e com seus conhecidos: "é minha mãe, é meu pai, é meu amigo, não se meta". Assim pode manipular à vontade.


Fabrício Carpinejar
Fonte: O Globo

domingo, 22 de março de 2015

Mude!


Como curar o mal-estar e a tristeza dia a dia?

É possível que agora mesmo você esteja passando por um momento ruim. Pode ser que alguma coisa aconteceu na sua vida, ou que simplesmente, você encontre um vazio existencial difícil de explicar. A tristeza, às vezes, adere sufocando o nosso coração. E como nos curar dela?

Como vencer a tristeza pouco a pouco? 
A tristeza crônica é o substrato da depressão. Temos que ir com cuidado. Pense na tristeza como uma condição que precisa ser sanada, como um músculo que temos que endurecer e fortalecer para enfrentar a nossa realidade com a maior energia possível. Com muito ânimo.

O que é que costuma nos deixar triste? Pode parecer que somos muito diferentes, que cada um anda fechado em seu mundo particular. Mas na verdade, em todos nós pode doer o mesmo. A todos afetam as mesmas coisas: a sensação de solidão, não sermos compreendidos ou respeitados, o desprezo, o maltrato, as mentiras e as traições.

 E às vezes também sofremos sem saber muito bem o motivo. Por um vazio? Por chegar em um momento em nossas vidas que nos damos conta que não somos tão felizes? Às vezes acontece, e é algo normal. Te explicamos quais orientações você pode seguir para racionalizar a tristeza, e desapegar dela de um modo saudável.

1. Identifique o que é que te afeta o que te afeta

 Pode parecer óbvio mas nem sempre é fácil. Às vezes é um acúmulo de muitas coisas: alguma coisa que o seu companheiro tenha feito, a sensação de que você não faz o que de verdade quer fazer senão o que os outros esperam de você, uma desilusão, etc. Às vezes a tristeza não tem só uma cor, mas uma série complexa que é preciso saber decifrar.

 2. Não fique quieta, não fique fechada em casa 

A quietude nos enrosca como em uma trepadeira. Não se deixe vencer, se você começar a querer ficar em casa, sem sair com seus amigos e familiares, deixando de lado as relações sociais e preferindo estar na sua cama no escuro , a depressão já terá tomado conta de você. Não o permita, tire energias de você, dizendo para si mesma que não se deixará vencer, que você merece ser feliz e que toda tristeza é passageira, e que todo problema tem uma solução. Nada é eterno, você tem o direito de encontrar sua própria tranquilidade, essa que te fará sorrir, e quando você menos esperar se levantará de manhã e se dirá a si mesma: “Hoje estou bem. Hoje vou abraçar o mundo”.

3. A tristeza como momento de reflexão para sair fortalecidos

Como se costuma dizer, não tem noite que não tenha sido vencida pela manhã. Quer dizer, nenhuma pena vai ser eterna, nem o que te dói tanto hoje vai machucar muito eternamente. Tudo se acalmará e tudo ficará melhor. Você deve entender a tristeza como um instante de reflexão, como um momento no qual temos que colocar o nosso olhar para dentro para poder nos curar, para reparar esses danos, e também para tomar decisões, essa reflexão que traz a tristeza deve nos permitir abrir os olhos para a direção correta. Você deve ser corajosa para tomá-la, leve em conta que a sua felicidade merece, e que se você não tomar as decisões adequadas ou não se atrever, pode chegar um dia no qual a frustração te vença. Então, não hesite, fortaleça a sua autoestima e saia mais forte depois desse tenebroso túnel que é a tristeza.

4. Pedir ajuda, às vezes, é necessário

Não pense que você pode dar conta de tudo sozinha. Uma mão amiga, um ombro onde chorar e um rosto que te atenda com uma expressão sincera quando conversa com você, pode ser uma ajuda inestimável. Mas escolha bem a pessoa adequada, tem gente que não sabe escutar, se preocupa consigo mesma e não sabe mostrar abertura. Com certeza que no seu circulo de amigos mais próximo você tenha essa pessoa que sempre tem a palavra mais adequada para você, tem pessoa que não se importa a que hora que for para te receber e te escutar. Se deixe ser ajudada, a solidão nem sempre é boa quando está nos sufocando a tristeza.

 5. Procure seu ânimo dia a dia

Os episódios de tristeza devem nos servir para aprender, tomar novos rumos e sair fortalecidos. Quando você se levantar de manhã, defina um objetivo. Algo que te empurre por dentro e que te obrigue a sair da cama, a se vestir, a se sentir atrativa e com vontade de sair de casa. Se matricule em algum curso: pintura yoga, dança, etc. Alguma coisa que te obrigue a manter a sua mente e seu corpo ocupados em algum projeto por menor que seja. É fundamental que você encontre um sentindo nas coisas que te rodeiam: no sorriso, no seu companheiro que te ama, ou no seus amigos e familiares que fazem tudo por você. Pense no seu bichinho de estimação que sempre procura a sua companhia, nesse passeio no parque que você desfrutava. Anima-se com uma viagem, com uma pequena mudança em sua vida, ou com uma grande . Proponha-se um objetivo e pense o que precisa fazer para consegui-lo. E assim,dia a dia, com essa chama bem acesa, você acabará queimando o letargo da tristeza, essa que se adere e que às vezes não nos deixa ver o quanto linda é a vida. Cuide-se, seja feliz todos os dias. Você merece!

Fonte: Melhor com Saúde

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Tarde demais

Se soubesse, amor, quanto eu quisera ser
a doce companheira, indulgente e querida,
que enchesse de alegria o vácuo de tua vida
com seu alcandorado afeto de mulher...

Com que solicitude ardente e comovida
minha ternura havia de aprender
a apagar de teu rosto os traços de sofrer,
a afastar de tu′alma a dor imerecida!

Eu desejaria ser a meiga feiticeira
que transformasse em luz a tua vida inteira,
concretizando o teu ideal de sonhador.

Mas, em teu coração outra mulher impera...
No encantado jardim do reino da quimera,
floriu tarde demais o meu sonho de amor.

HELENA KOLODY
In Sempre Poesia, 1994

Sem parar!!!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

As palavras têm poder

"Cuidado ao dizer um não, ou um sim, ou um nunca mais, ou para sempre. Eles podem mudar sua história. São palavras simples, com força enorme."