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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Malandragem

A última edição da Revista Veja trouxe o artigo "Clientela ideal", de J.R. Guzzo. E compartilho com vocês alguns trechos...

 "A palavra argentina que teve mais sucesso no Brasil, do seu desembarque até o dia de hoje, é 'otário'. Amamos essa palavra. Quer dizer: amamos essa palavra quando ela é aplicada aos outros ou, mais exatamente, quando não é aplicada a nós."

"No Rio de Janeiro, especialmente, é coisa muito séria, do milionário ao engraxate, manter durante a vida uma reputação de não otário. Vale para o Brasil todo, é claro - ser chamado de otário, em qualquer parte do território nacional, é ofensa grave. Mas no Rio, por alguma razão que é melhor deixar para a apreciação dos mestres em psicologia social, é insulto maior ainda - assim como é um orgulho, assumido ou disfarçado, considerar-se portador da imagem oposta, a do 'malandro'. Depende, naturalmente, da circunstância e do jeito com que a palavra é usada, mas é frequente que o indivíduo classificado como malandro sinta que recebeu um elogio. Vale como um genérico para todo tipo de avaliação positiva: ser tido como malandro é ser tipo como inteligente, esperto, habilidoso, experiente, prático, capaz de cuidar de si mesmo, vacinado contra a suprema humilhação de 'ficar no prejuízo'."

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